quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

DONA POMBINHA….ROLOU?

Quer conhecer a historia
De dona pombinha rolinha
Não a que vem do sertão
Nem comendo, nem bebendo,
Tampouco de bico no chão?

Pois muito bem, esta história
Nasceu-me da inspiração
De uma pombinha ostensiva
Que ao madrugar, todo dia
Não me deixava dormir...

Eram tanto os seus arrulhos
Huhuhu – põe-se daqui
Dizia eu à barulhenta
Que jamais voou dali …

Frente à minha janela,
Lá no alto da mangueira,
Colocou os seus ovinhos
A rolinha alcoviteira…

Seu arrulhar barulhento
O dia inteiro a soltar
Gritos impertinentes
Como a me desafiar!


Que força tinha no peito
Essa rola insistente
Será que não tinha um jeito
De calar a impertinente?

Parece que a dona rolinha
Provava a bondade alheia
Até aumentava os gritinhos
Meu Deus! Que coisa mais feia!

Só de bronca desejei
Que ela se despencasse
E o seu grito enfim calasse
Mas de dó a perdoei…

Até as aves hospedeiras
Daquele espaço tão seu
Faziam ver que a rolinha
Dos seus pares se esqueceu.

Causava tanta inquietude…
Será que a rola chocara?!
filhotes eram miúdos?
ou o gavião já  roubara?

Huhuhu....um belo dia
Eis que um garoto e a rolinha
Aquela, parece que ria
Ele, com gana a queria.

Por dias apreensiva
Dormir eu já não queria
Temia pela invasiva
Pois algo triste previa

Foi então que certo dia
Sem nunca ter desistido
Que um menino insistente
Com seu olhar atrevido

Finalmente avistou
Um rolo em forma de ninho
E chegando de mansinho
Seu estilingue sacou….

Mas vejam que a malvadeza
Em derrubar o tal ninho
Esse malvado menino
O que de fato acertou…

Foi caixa de vespa agressiva
Que em milhares o atacou!
E assim a dona rolinha
Ao malvado  ensinou:



Não maltrate assim de graça
Nenhum animal que for
Deixe que habite o espaço
Que a mãe natureza doou…

Ana Maria Rosatto Servelhere
Antologia Infanto-juvenil
2017 – 1ª edição